9 de outubro de 2018

Sou apenas eu



Sou apenas eu!
Vivo o que sinto... sou o que vejo 
Caminho que em mim espreita 
Muralha que cai desfeita 
Por mim, em mim e comigo desejo 

Não sou mais a velha história... nem tão pouco o eu 
Não quero mais do que a vida e o simples pulsar do coração 
Caminho seguro nos meus passos, neste que é o meu chão 
Sigo em frente dançando e construindo o meu céu 

Muitos se cruzaram comigo e mostraram a sua verdade original 
Outros simplesmente passaram e nem deixaram rasto no final 
Houve ainda quem me tentasse demover de em mim me perder 
Mas foram esses que me mostraram o que é o verdadeiro ser! 

O meu coração canta o som da liberdade 
Porque danço na estrada, no campo, no mar ou na cidade 
A minha alma dança, o ritmo da verdade 
Porque sou simplesmente uma existência sem idade. 
Fecho os grandes portões do meu aprendiz 

Para que se renove, refresque e recolha 
Abro os portões da grande maestria que habita em mim, que é como quem diz: 
- Sou o que sou e não há outra escolha.

No tempo 'não tempo', onde o pulsar é o momento 
Viajo na lembrança de um caminho percorrido 
Perco-me no desejo de ser eternamente um rebento 
Porque sinto em mim, apenas amor, como se nunca houvesse sofrido. 

Vontades de gritar ao mundo, há muito que foram extinguidas, 
Em vez disso, escolho acreditar, ter fé e amar
Mesmo que os meus olhos não tenham visões sentidas 
Caminho num passo que só eu posso comandar! 

Este sou eu e não sou eu... expresso apenas, só isso... 
Aquele que escreve, aquele que sente e aquele que faz 
Descanso no colo do eterno nada, como um submisso 
E escorrego pelas linhas e meandros que me conduzem à paz 

Sou apenas eu!

Joaquim Caeiro
jcaeiro@live.com.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário