Sou apenas eu!
Vivo o que sinto... sou o que vejo
Caminho que em mim espreita
Muralha que cai desfeita
Por mim, em mim e comigo desejo
Não sou mais a velha história... nem tão pouco o eu
Não quero mais do que a vida e o simples pulsar do coração
Caminho seguro nos meus passos, neste que é o meu chão
Sigo em frente dançando e construindo o meu céu
Muitos se cruzaram comigo e mostraram a sua verdade original
Outros simplesmente passaram e nem deixaram rasto no final
Houve ainda quem me tentasse demover de em mim me perder
Mas foram esses que me mostraram o que é o verdadeiro ser!
O meu coração canta o som da liberdade
Porque danço na estrada, no campo, no mar ou na cidade
A minha alma dança, o ritmo da verdade
Porque sou simplesmente uma existência sem idade.
Fecho os grandes portões do meu aprendiz
Para que se renove, refresque e recolha
Abro os portões da grande maestria que habita em mim, que é como quem diz:
- Sou o que sou e não há outra escolha.
No tempo 'não tempo', onde o pulsar é o momento
Viajo na lembrança de um caminho percorrido
Perco-me no desejo de ser eternamente um rebento
Porque sinto em mim, apenas amor, como se nunca houvesse sofrido.
Vontades de gritar ao mundo, há muito que foram extinguidas,
Em vez disso, escolho acreditar, ter fé e amar
Mesmo que os meus olhos não tenham visões sentidas
Caminho num passo que só eu posso comandar!
Este sou eu e não sou eu... expresso apenas, só isso...
Aquele que escreve, aquele que sente e aquele que faz
Descanso no colo do eterno nada, como um submisso
E escorrego pelas linhas e meandros que me conduzem à paz
Sou apenas eu!
Joaquim Caeiro
jcaeiro@live.com.pt
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