Antes de tudo o que são crenças?
Crenças são algo que acreditamos ser puramente real. Mecanismos gerados por associações e experiências vividas que nos fazem acreditar numa determinada coisa. Representações internas criadas pela mente, que a nível individual ou colectivo gera um determinado comportamento ou perspectiva da vida. Crenças podem ser limitadoras e libertadoras.
Talvez o primeiro passo seja identificar com que tipo de crenças te moves? Com que crenças te fazes acontecer naturalmente!!? Faz isso neste momento - pega num pedaço de papel e escreve como título:
- Eu acredito em ... - e deixa a tua mente dizer-te o que acreditas. Deixa fluir, faça ou não faça sentido, escreve vários tópicos como resposta ao título! E só depois continua a ler este artigo!
A crença, tal como o ego (em breve artigo sobre o mesmo), são essenciais à concretização humana e não só. Apesar de ser processado de forma diferente, no reino animal, nas plantas e na vida, a verdade é que tudo se move tendo por base a crença da prosperidade e vida. :-) Curioso ver as coisas assim não achas?
A diferença, é que nós, humanos, dotados de inteligência viva e lógica, definimos, identificamos, e mais que isso, tentamos perceber como tudo isso acontece - enquanto na restante existência (animais e plantas), simplesmente acontece... simplesmente é natural, algo que não tem muita importância para 'eles', uma vez que o propósito maior é viver!
Desde criança que comecei a questionar esta temática. Questionei as crenças dos meus pais, do meio onde estava inserido, da sociedade em geral e o que me movia. Sempre acreditei que 'não era igual' aos demais, crença que elevou o padrão de exigibilidade sobre a minha actuação como humano aqui.
Toda a crença é válida, desde que canalizada ao encontro da coerência e da tua verdade mais pura.
Ninguém, volto a repetir - ninguém - poderá afirmar ou dizer-te qual a melhor crença a seguir, salvo se tu te perderes na vida e te sentires infeliz, doente, ou desenquadrado da realidade onde vives e queiras mudar isso...
Quando paramos e identificamos as 'alavancas' que nos movem, as tais crenças que nos fazem seguir com a nossa vida adiante, percebemos o quanto estamos dependentes das mesmas e o quanto elas são importantes para a concretização do eu! Além disso, percebemos sobretudo como podemos criar a 'dança perfeita' para que a vida flua ao encontro do que desejamos.
Um dia, pouco tempo depois de ter iniciado a meditação diária, tive este insight - 'Começa pelo principio JC, se entenderes que até a própria vida se faz acontecer porque acredita que é vida, então tudo é uma crença - apenas terás de basear a tua existência nas crenças felizes, verdadeiras e que te façam ser o melhor de ti!' - dito isto a mim mesmo, senti um alívio e percebi que tudo estava certo, e tudo foi certo - fui e fiz o melhor que sabia e a minha obrigação no presente será basicamente garantir a concretização do melhor que sei neste momento. Afinal a crença produz-se a si mesma e é em si mesma o seu próprio produto - portanto o mais importante a fazer é ficar atento, ser testemunha, praticar atenção plena, sem julgar ou querer acrescentar ou retirar seja o que for em nós.
No momento em que comecei a deixar-me levar pela fluidez natural do entendimento, apercebi-me finalmente da forma como determinadas crenças condicionaram a minha vida até então.
Desde criança, que fui empurrado para a crença de que era uma criança 'especial'. Sensível, atenta, carinhosa, simpática - todos me tomavam como uma criança 'diferente'.
Então, no mais profundo do meu ser foi alimentado a crença de que eu estava cá 'para algo' - como se fosse alguém que viesse para mudar o mundo! Durante anos essa sensação interna acompanhou-me, até ao meu despertar. Mas 'salvar' o mundo, ou 'ser diferente', numa realidade que manipula e vive para o exterior, dava algum trabalho... o que me fez começar a perceber que afinal ficaria mais feliz se baseasse a minha vida na crença de que vim para ser simplesmente um humano ciente da própria condição humana aqui e viver isso com toda a verdade que me fosse permitida viver.
Obviamente que, a crença move montanhas e é real.
Aquilo que somos é fruto do que acreditamos ser. Percebi que, aquilo que aparentemente poderia ser uma crença evolutiva e fluída, tornou-se sem eu me aperceber, numa crença que me condicionava a um padrão determinado, sofrendo com isso, por existir em mim uma parte que não sustentava a totalidade dessa crença - a consciência/necessidade da união e igualdade.
Então comecei a reflectir sobre a essência da crença na minha vida e usando um caderno de apontamentos, para não me perder, comecei a tomar notas do tipo de crença que ia experienciando ou tomando consciência, até que um dia percebi que a crença de que tinha de fazer isso, poderia também ser uma crença limitadora, impedindo a minha concretização total. Foi aí que dei o grito de ipiranga, como se costuma dizer e aceitei a possibilidade de me libertar das amarras do controlo e da tentação em aperfeiçoar o meu ser aqui, tornando-me livre e mais inteiro.
No gabinete, em consultas individuais, esta temática pode ser explorada de forma assertiva e directa. Aprendi com esta experiência a perceber os meandros da crença e identificar exactamente que tipo de crença está a predominar numa ou outra situação. A minha sensibilidade psíquica (para muitos mediunidade), permite-me aceder a processamentos energéticos, ao nível do sub-consciente que me ajuda a identificar a sua ligação ao comportamento manifestado.
Para este exercício, é importante estares e seres de coração aberto de forma a poderes perceber a essência da crença. Nos dias de hoje, com o boom de Coaching, e desenvolvimento pessoal, onde esta temática é abordada, será muito fácil sermos levados para a crença de que precisamos curar-nos, ou modificar-nos, quando, na verdade, numa primeira instância precisamos apenas tomar consciência e perceber como nos movemos neste universo interno de representações que é único e só nosso.
Quanto mais afastado estivermos do nosso eu interior, da nossa verdade, do nosso centro, maior será a influência das crenças na nossa concretização. E o mais perigoso, que é natural, é que a mente, o mecanismo que a faz funcionar, faz-se acontecer por tendência ou se quiseres por 'estimativas' (como a eletricidade) :-) , ou seja, processa de acordo com os últimos registos feitos, o que leva muitas vezes à auto-castração e auto-boicote.
Torna-se mais difícil, (mas não impossível), ajustar todos estes mecanismos de crença em pessoas que desenvolvem o comportamento 'género esquizofrénico', pois como estão a raiar a linha que separa o lógico do não lógico, promove uma espécie de vazio que quase impede o resgate da crença base necessária à concretização harmoniosa, feliz e total do humano nesta realidade que conhecemos.
Seja como for, alimenta a crença que és AMOR, VERDADE E VIDA, e tudo fluirá nesse sentido!
Não percas tempo a investigar as crenças limitadoras, investe tempo a construir crenças de prosperidade, abundância e felicidade - e está feito!!!
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Até já. Abraço-te na crença de que tu és eu e eu sou tu! ;-)
Joaquim Caeiro
Life Coach
www.jcaeiro.blogspot.pt
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