10 de dezembro de 2014

Porque será que o Poder da Mente se inibe a si próprio?


Desde sempre que o homem se questionou sobre a sua existência e a forma como se manifesta. Estudar a mente e comportamentos, sempre fizeram parte desta investigação e necessidade de compreensão.
Numa época em que vivemos uma grande afluência de disciplinas associadas ao desenvolvimento e aperfeiçoamento do comportamento humano, torna-se inquietante, observar mesmo assim a continuidade do mecanismo de manipulação e dependência, quando na verdade, já teríamos matéria suficiente para ser livres!

Afinal o que se passa?
O que se está a divulgar na verdade - o verdadeiro poder interno ou o poder associado ao 'pedaço' que ainda não está resolvido ou suficientemente claro para nós?

Se visitarmos uma livraria, podemos observar que aparentemente existem já centenas de pessoas despertas para a sua verdade e potenciais internos. Quando nos deparamos com uma variedade imensa de livros associados ao tema da 'auto-ajuda', desenvolvimento espiritual e pessoal, pensamos que afinal o 'mundo' está a abrir-se à consciência espiritual ou à consciência da verdade.

Mas observemos tudo isto de uma outra forma...

Desde quando escrevemos livros de auto-ajuda? Porque razão, a consciência daqueles que escrevem e tentam passar uma mensagem não se torna real nos outros ainda?
Onde existe e o que é realmente o poder da mente?

Numa primeira fase, acreditamos que somos o que pensamos e sentimos.
De seguida percebemos que afinal, nem somos os pensamentos nem somos as emoções, pois estes existem depois de nós, ou seja, antes de eles existirem, o EU teve de existir - então eles são um produto final da nossa existência.
Numa terceira fase, percebemos que afinal até a nossa identidade, ou quem acreditamos que somos não é de todo verdade, pois entendemos que a entidade, personalidade e a construção geral do EU foi baseada em algo diferente da própria essência interna.
Aí, lentamente e por vários deslumbres do momento e ao longo da caminhada de auto-lembrança, percebemos que afinal somos a própria origem ou fonte de tudo o que existe!

Onde entra o poder da mente? Quando devemos apoderar-nos desse poder e usá-lo a nosso favor, fora das influências do ego e das partes que ainda não vemos com clareza dentro de nós?

Reparemos:
Se observarmos, completamente livres de qualquer julgamento ou limitação, conseguimos perceber que o poder interno sempre esteve em funcionamento e sempre esteve presente. Na verdade, esse poder está sempre activo e sempre esteve activo.
É graças a ele que se gera um determinado comportamento ou tomada de consciência.

Ora, se o resultado final não corresponde ao que gostaríamos ou acreditamos no momento, devemos encontrar a passagem que nos transporta até à origem deste poder, pois, como tudo o que acontece na vida - se existe um fim, tem de existir um principio. 

O que se passa actualmente e que acredito que pode estar a escapar aos olhos do coração, é que em vez de construir condições para aceder ao principio, à origem, à raiz, ao local onde se manifesta o próprio poder, na sua verdadeira essência, estamos a mostrar o resultado final, de quem já atingiu isso! Portanto estamos a mostrar algo que não é real.

Imagine ir assistir a uma peça de teatro e chegar a meio!
Imagine começar o seu dia a meio...

Nada disso faz sentido para a sua mente, pois ela própria se baseia no principio e no fim - porque cada momento é único.

Ao ler e experimentar as técnicas, os métodos, o entendimento teórico daquilo que até é verdade para quem descobriu, mas que para si apenas é uma ideia, ficará apenas no meio... e o seu potencial interno apenas se debruçará em criar um principio nesse meio.

Acredito sim que devemos explorar e desenvolver condições para trabalhar e experimentar a origem, o momento do verdadeiro inicio, onde esse poder existe na sua maior essência!

É sobre isto que nos vamos debruçar este fim de semana - entender os meandros da mente e perceber em que ponto devemos agir e em que ponto devemos apenas observar e ser!

E porque só a vivência e a transmissão directa é mais coerente, sóbria e verdadeira, percebi que estar e ser ao encontro desta realidade é o verdadeiro caminho para a liberdade em ser apenas o que somos!

Espero por ti!

Até já

JC

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