5 de dezembro de 2014

A meditação de hoje


Após a minha meditação ao despertar, ao abrir os olhos, era como se tudo à minha volta se tivesse diluído, como se não existisse mais e eu fosse apenas eu dentro de tudo. A sensação de clareza, a presença e a consciência, permitiram-me alcançar um vislumbre da dimensão infinita que somos e na forma como a percepção nos mantém seguros à terra.
Costumo chamar a esta sensação sensação orgásmica, no entanto, é cada vez mais frequente ultrapassar este registo.

Acordei com as mãos posicionadas em cima uma da outra na região do umbigo.
Sorri e permaneci a observar o calor que as minhas mãos emanavam para a região da vida. Minutos depois sentei-me, meio entrelaçado com o Osiris, o meu gato e permanecendo de olhos fechados entreguei-me à presença consciente. 

Observei a vida a acontecer sem ser necessário a minha ordem.
Observei os pensamentos e lembrei-me que eu sou antes deles.
Observei as emoções, o coração e lembrei de observar o sorriso, pois já se torna natural.
Observei novamente os pensamentos e brinquei com eles, como se eles fossem peixes num lago e eu um pescador. Atirava a cana e eles sempre se escapavam... até que apanhei um - 'a própria intenção de pescar e brincar' :-)
Observei as emoções, já com o sorriso... e tentei desmanchar o sorriso, para ver até que ponto o meu corpo correspondia e vi algo engraçado, é como se o sorriso tivesse vida própria... ele obedecia e deixava de existir e depois imediatamente voltava. 
Virei-me para as emoções e abracei-as... como se elas fossem pequenas nuvens escorregadias... e sentissem o meu afago.
No final cheguei à respiração como uma criança que encontrou o seu brinquedo preferido... ao observá-la e sempre que o ar entrava todo o meu ser dava piruetas para dentro.... e sempre que o ar saía, escorregava e espalhava-me... autêntica criança... e no final sentei-me no meu coração com as pernas a dar e dar... enquanto a visão se expandia para um infinito longínquo mas ao mesmo tempo tão presente e tão perto.

Tentei observar o meu corpo e como ele se sentia no momento, simplesmente não existia.
Não era dormência, era apenas ausência. Sentia que movimentava a minha cabeça interna, o meu corpo interno descolado do corpo físico... e senti sensações semelhantes às que senti quando fiquei 40 dias de cama sem comer e tive a experiência quase-morte ou alteração de consciência. Mas desta vez existia presença, conhecimento...

Quando abri os olhos, ainda estava lá e consegui transportar a sensação para esta realidade das formas.

Grato Pai, pela tua orientação e presença.
Grato Pai, por me dares a disponibilidade a humildade em permanecer na verdade.
Grato Pai, por me ensinares até a despir de mim mesmo, a abandonar-me, mesmo quando isso já é real e já acontece naturalmente.

É na tua presença que eu sei quem sou.
É na lembrança do quanto infinito tu és, que me lembro o quanto eu sou infinito.

Nada mais quero do que ser esta verdade manifestando apenas a essência do amor e da presença em ti!

JC

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