26 de dezembro de 2014

Onde está Deus?


Acreditas em Deus, ou acreditas num Deus? Acreditas em algo que tu próprio criaste... ou simplesmente sentes e és a presença desse Deus? Acreditas em algo maior além de ti? Se não existires como consciência consciente, quem existirá para tornar a realidade real?
Acreditas que Deus criou o universo, ou acreditas que foi o universo que criou Deus? Ou ambos se criaram em simultâneo porque são inseparáveis? 
Acreditas num Deus que precisa de ser louvado, ou acreditas num Deus que simplesmente permanece na existência em silêncio? ... afinal que louvamos nós, quando louvamos a Deus?

Desde criança que me lembro de ver o mundo e a existência de uma forma especial e única. Tudo merece ser celebrado, porque tudo faz parte, onde eu estou e sou.
As histórias baseadas em medos e superstições baseadas na incapacidade em se viver em amor e paz, fizeram com que eu questionasse desde muito cedo a existência de Deus.

Nas trovoadas eu procurava Deus nos relâmpagos e na luz - mas a minha avó (que não gostava nada de trovoadas) dizia que Deus estava zangado!
Na natureza, procurava a manifestação de Deus, nas coisas mais simples e que aparentemente não tinham significado relevante para os mais crescidos - e fui apelidado de 'diferente'!
Nos animais, no seu olhar e na sua existência, procurava o abraço livre de interesses e algo que me despertasse para o Deus - mas por eu falar com os animais, diziam que eu era um menino 'especial' com poderes paranormais!

Mais tarde, procurei Deus no mundo dos crescidos e conheci a igreja - mas como seria possível acreditar num Deus que deixou crucificar o seu filho em prol do amor de 'ignorantes'? Como Deus, tão sábio, poderia deixar que o seu filho tivesse sido sacrificado por quem ainda não vivia em Deus e na verdade - seria Jesus um louco e tudo isto uma estratégia para alimentar e dar continuidade ao ego do homem? Eu desejava arrancar Jesus da cruz, sempre que entrava na igreja e apetecia-me gritar às pessoas para se lembrarem do amor, da partilha, da simplicidade... em vez de se focarem no sofrimento que esse filho de Deus passou!

Quanto mais eu procurava, menos fazia sentido a forma como olhávamos para Deus.

Senti necessidade de procurar outras linhas espirituais, para ver se ia ao encontro da minha verdade e conheci quase todas as linhas espirituais - mas nenhuma me enchia - pois na verdade eu já tinha percebido onde estava Deus...

Não te iludas irmão com palavras bonitas... não te iludas com os grandes templos que a mente do homem idealizou e criou... não te iludas com as grandes cerimónias que te fazem sentir de uma forma especial... não te iludas com as práticas, aquelas que pretendem acrescentar ou retirar algo daquilo que tu és... não te iludas pelo entusiasmo daqueles que afirmam ter descoberto a verdade... 

... Deus não precisa nada disso para se revelar! Sim ele está em tudo e em todas as coisas - mas encontrarás a sua essência no mais profundo silêncio em ti... na mais profunda ausência de movimento, acções ou práticas que faças para chegar a ele. Sabes porquê? Porque Deus é inseparável de ti - porque tu és Deus!

Se em vez de alimentarmos ostentações de riqueza, alimentássemos aqueles que estão a morrer à fome - iríamos dar de cara com Deus!

Deus Pai não precisa de ser venerado - porque Deus Pai é!
No dia em que o homem for verdade em si mesmo, perceberá que não precisa de fazer seja o que for para se encontrar com Deus - porque talvez estivesse mais perto dele do que quando decidiu fazer algo para o alcançar!

Um dia Jesus ao entrar na casa do Pai disse: 'É nisto que tornaram a casa do meu Pai? Num covil de ladrões?... seus hipócritas!'

Questiono - será que não estamos a fazer o mesmo, quando nos permitimos seguir a ostentação e o mecanismo que nos leva a mais do mesmo?
Não será hora de tornar o evangelho real e seguir antes o exemplo de algo que já habita em nós?

Como pode Deus habitar em algo que se auto-defende e proclama como única verdade?
Como pode Deus habitar em algo que se enriquece a si mesmo e ignora todos os que estão a morrer à fome?
... sim faz-se muito - mas AINDA NÃO É O SUFICIENTE!
O que fazemos é para 'inglês ver' como se costuma dizer! E Além disso auto-alimenta o próprio sistema que cria cada vez mais realidades de carência!

Não será hora de acordar?
Não será hora de ser o exemplo aqui na terra?

Posso não alcançar os meus objectivos - mas morrerei a tentar lembrar-te que TU ÉS DEUS!

Que o ano de 2015 seja sobretudo o assumir do compromisso em seres verdade e seres apenas tu mesmo! 

Abraço-te mano em profunda gratidão pelo tanto que me mostras e relembras!

JC

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