Acostumados a estar em 'cima do acontecimento', mal percebemos que a meditação se tornaria uma tendência válida no futuro, tratámos imediatamente de a colocar na prateleira dos 'produtos' mais rentáveis para o negócio e mais do que isso, torná-mo-la num mecanismo impulsionador para a manipulação subtil do subconsciente.
Começando pelo principio...

Mas a verdadeira tomada de consciência do que começava a ser a meditação, foi quando me entreguei por completo a esta forma de estar e ser - quando despertei aos 33 anos.
Nessa altura fazia meditações guiadas do género 'básico'. Orientava a meditação usando visualizações idilícas, paisagens maravilhosas que a minha imaginação inesgotável me mostrava no momento da sessão, ações que envolviam emoções - género reconciliações, perdão, abraços aos pais, e afins... - e tinha a sala sempre cheia. Até que um dia percebi que existia uma meditação mais profunda e verdadeira do que aquela que acreditava que era a mais certa e a verdadeira! Uma meditação que me mostrava um estado muito mais sossegado... muito mais 'nada' , do que a meditação que ocupava a mente a criar mais histórias...
Com esta descoberta, só tinha duas hipoteses - ou continuava a contar histórias e tinha sempre a sala cheia de pessoas, ou começava a abordar a nova consciência que havia espreitado e corria o risco de não ser entendido na totalidade - mas como navegante na verdade e já desperto para a realidade da existência, ou seja, estando já em paz e amor - só me era permitido uma escolha - optar pela evolução ... pelo próximo passo!
E foi quando dei esse passo que percebi verdadeiramente o grau de manipulação em que me encontrava - que apesar de se tratar de uma 'manipulação para o bem estar interior', não estava separada do próprio mecanismo em si.
Percebi que contar histórias, após um relaxamento, levava as pessoas a viver momentos de paz e tranquilidade, mas a criar um momento 'fechado', ou 'isolado' - em que elas sabiam, no seu mais profundo conhecimento que só encontrariam aquela paz quando viessem ter comigo e ouvissem as minhas histórias.
Era urgente mudar a 'técnica', pois apesar de eu já estar na consciência que sou paz e amor, naquele tempo, naquela altura da minha caminhada, era necessário dar passos, pois sabia que o despertar tinha sido apenas o inicio da grande caminhada até ao meu centro.
Foi por essa altura que criei a Liberdanza - a arte de movimentar o corpo ao ritmo da respiração, criando sequências repetidas em meditação.

Sim, podemos levar a meditação às escolas, mas para trazer de volta a essência primordial da criança, o original a autenticidade, não para criar mais e melhores condições para que as nossas crianças possam interiorizar melhor o conhecimento estúpido que apenas serve para abafar a originalidade do ser.
Sim, podemos levar a meditação às empresas, mas para elevar a existência humana em si mesma, não para ajudar a criar mais facilmente robots de produção com fins exclusivos de lucros.
Sim, podemos fazer fazer meditação de todas as formas, se soubermos no final desmontar o mecanismo - que de tão subtil passa tão despercebido - que continua a manipular-nos para mais uma crença... para mais um conceito... para mais uma dependência!
Acorda!
Meditação não é um estado mental é algo que não podes 'ter'... algo que não podes identificar 'além' de ti - pois é em si mesma a essência do acontecimento...
Meditação é uma ação de retorno a casa... ao centro, à lembrança de que somos a fonte de todas as possibilidades.
Meditação não é projetar a tua atenção para fora de ti e sim para dentro.
Meditação é estares quieto em ti, sem identificares essa quietude... porque se estás nela e és essa quietude, não a poderás ver...
Estou disponível para aulas individuais / orientação para te ajudar a construir o melhor trilho nesta caminhada - sejas facilitador, ou um simples curioso, ou alguém que precisa de clarear a mente - estou aqui!
Até já!
Abraço-te com o coração
jcaeiro@live.com.pt
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