9 de novembro de 2018

Sou, em cada dia, a melhor versão de mim!

Desde criança que questiono a existência, a razão e o propósito das coisas e da vida. Lembro-me de olhar para as estrelas e ter a consciência que existia um observador 'por detrás' de quem estava a observar. Pensava: 'Se ficares aí, nesse lugar, atrás de quem observa, talvez consigas encontrar uma resposta às tuas questões...'

Atento a tudo, presente em cada momento, lembro-me da posição de ouvinte passivo em que fingia estar ocupado a brincar, quando na verdade, estava a tentar perceber o que os adultos falavam.

Até aos meus 15 anos, vivi numa herdade em pleno campo, no Alentejo, com a minha família. O meu pai era o capataz e a minha mãe a governanta do local. O meu avô paterno guardador de vacas, o meu avô materno guardador de porcos. Uma infância feliz, saudável e rica em experiências com a grande Mãe Terra.

Como tinha um ar dócil, simpático e atento, envolvendo-me com tudo e todos os que comigo se cruzavam, todos simpatizavam comigo e me acarinhavam. Desde muito cedo que comecei a ouvir a expressão: 'esta criança é especial'.. 'esta criança tem algo de diferente'... esta criança veio com uma missão especial'... 'é demasiado sensível, tem mediunidade'... - e eu questionava o que queriam dizer com isso!!!

Questões como abraçar uma árvore, escutar o coração da mãe terra, falar com os animais, plantas e flores, ficar preocupado com uma formiga por esta se ter perdido na sua viagem de retorno a casa - tudo isto eram questões absurdas e muito estranhas para pessoas demasiado ocupadas com os seus dramas emocionais e procedimentos existenciais de quem precisa corresponder ou ser aceite por uma sociedade. Ninguém entendia este meu comportamento e atitude!!

À medida que fui crescendo, desenvolvi a tendência em procurar a companhia dos mais velhos, dos mais sábios, para ouvir as suas histórias e aprender com eles.

Aos 16 anos, após mudar para a aldeia mais próxima, onde os meus pais tinham casa, vivo um colapso emocional, que me abre as portas do coração e me mostra a verdadeira essência do amor - que nada mais foi do que a manifestação da resistência ao crescimento e à suposta necessidade de abandonar aquela criança que se preocupava com as formigas.

Naquela altura, pela ligação que tinha à igreja, Jesus era a minha referência de Amor Maior. Um dia, ao acordar, os meus olhos, o meu sistema de processamento da realidade onde estava inserido, mostrou-me a vida de forma diferente - eu via apenas amor em tudo. De repente, era como se tudo fosse observado através de um novo filtro ou véu, de um 'eu' que continuava presente.

Ao mesmo tempo, em mim, existia a mesma sensação da criança que observava aquela presença, que estava 'separada' da pessoa que agia. Como se de repente, algo tivesse possuído o meu corpo e em simultâneo eu tivesse apenas ficado com função de vigilante, sem nada poder fazer para alterar aquela condição.

Depois de algum tempo nesta condição, percebendo que não era compreendido, desejei a morte e deitei-me na cama em postura de desistente, esperando que o momento chegasse.

Após 40 dias, recusando comer, deitado, em que apenas me levantava para fazer as necessidades básicas, vivo uma experiência transcendental, experiência quase-morte ou abandono consciente do corpo, que me mostra uma outra dimensão da existência.

Percebo através dessa experiência que só tinha uma única possibilidade de viver esta personagem com o nome de 'Joaquim' e que por isso, teria que me agarrar à vida - agora com uma nova informação: era muito mais do que somente essa personagem... era infinito... era o que estava antes do nome e da própria personagem.
Nesta fase apenas fica uma espécie de 'lembrete' na minha mente - 'Vais morrer aos 33 anos!'

Entre os 16 e os 33 anos, tentei fazer uma vida 'normal', de alguém que toma como objectivos de vida ter um emprego seguro, ganhar dinheiro, ter um relacionamento, família... 

Aos 27/28 anos, conheço a essência da meditação, através de uma experiência associada à sensibilidade psíquica, tornando a meditação a minha aliada principal, através de práticas diárias e facilitação a grupos.

Aos 33 anos, vivo uma experiência social, numa família Cubana, que por afinidade de relacionamento, era minha família também, que me abriu o coração e me transformou. Transformação que nada mais foi que um retorno à essência da tal criança que sentia a vida e a terra de forma especial, com a diferença de que, agora havia amadurecido e construído um alicerce emocional válido e coeso que me permitia viver toda essa conexão em naturalidade!

Foi desde então que comecei a dedicar-me ao serviço da partilha.
Nessa altura já facilitava meditações, fazia massagens e tomei a decisão de dar mais um passo e começar a atender pessoas, para orientar e ajudar, através da minha capacidade psíquica em me conectar com o outro sem julgamento.

A minha religião é o amor, a verdade e a liberdade de ser.
O meu propósito aqui é ser apenas a melhor versão de mim.
Fazer acontecer esta personagem, que tal como um peixe na água, é ciente da sua história, do seu passado, do 'eu', mas que não se identifica... ou confunde com isso. Sei, em cada acordar, através da lembrança criada diariamente que, sou profundamente grato por tudo o que está para trás deste momento presente, porque foi graças a isso que cheguei e continuar a chegar mais próximo da essência mais pura e divina no que está e habita antes 'de mim'.

Não sou isto. Sou o que está antes disto.
Sei que tudo isto, toda esta consciência ou visão da vida, pode ser uma forma que arranjei para tornar toda esta experiência mais fácil e feliz, pois sei que, ao afirmar que sei, distancio-me da verdade que sou e por isso nada sei.

Não és isso que vês e tocas - és o que está antes disso... antes da tua história, antes dos teus dramas e passado. 

Somos vida. Somos amor.
Centelhas desprendidas da fonte primordial, incorporando um papel... expressando uma deixa que é única e que nunca se repetirá, neste grande palco existencial que chamamos vida.

Por isso, e por tudo o que me é permitido sentir, acredito que o propósito é viver o 'AGORA', porque só esse 'agora' tem a solução e a cura para todos os nossos dramas e questões internas.

Acredito e sinto que, este é lugar, o momento e a grande oportunidade para viver, experienciar e celebrar o que viemos ser - ser isso mesmo, o resultado.

Como humanos, demos grandes passos evolutivos. Agora, talvez nos falte o maior deles todos - aceitar que, como personagem somos só isto, só este papel no palco, esta dimensão 'eu' individual e ÚNICO. E como alma ou espírito, somos divinos, infinitos, livres e UM SÓ!

A minha acção como terapeuta, coach, ou treinador do corpo e da alma, está focada para trabalhar no melhor de todos os que me procuram, porque sei que essa é a chave para a nossa evolução mais feliz e em paz.

Se queres viver a experiência do divino em ti, vive antes de tudo a experiência total do humano em ti, e depois perceberás naturalmente o quanto divino tu já és, sempre foste e serás!

Somos e estamos ligados.
Somos o pulsar do universo, a expressão mais pura do Criador, 'Deus' ou Cosmos, traduzida em forma humana.

O nosso papel aqui, neste exacto momento é desenvolver condições para manifestarmos e sermos o melhor de nós mesmos. Através da inteligência que habita em nós, da capacidade em  compreender através da consciência, da humildade em aceitar e agradecer o que já temos e somos e sobretudo o compromisso em assumir a responsabilidade total sobre a nossa própria vida - assumindo o comando e mantendo-nos focados no essencial - ser a melhor versão de nós próprios!

Até já,

JOAQUIM CAEIRO
O Retorno à Fonte Primordial
O Caminho do Coração
jcaeiro@live.com.pt | 960 059 885

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