8 de dezembro de 2019

O Aprendiz da Luz



O caminho faz-se caminhando e o tempo ganha importância quando é vivido, assim tem sido a minha vida – caminhando, largando tudo o que já não interessa… deixando fluir esta personagem na impermanência caótica da existência e vivendo a experiência do humano em mim.

Hoje, quase a terminar mais um ano civil, sinto o meu corpo a preparar-se para mais um passo… um novo despertar… uma nova forma de ser.
Talvez não seja assim tão ‘nova’, mas sim, + definitiva!

Ao longo destes 15 anos de partilha como terapeuta e 12 anos de partilha de mim, como ser que se acredita desperto, cresci, aprendi, recordei e mais importante que tudo isso, imprimi no meu selo vibracional existencial a crença de que sou AMOR VIVO.

O chamamento na ‘ajuda ao outro’, nada mais foi do que, um chamamento da minha própria alma na ajuda à compreensão, integração e realização da pessoa em mim. Um dia, quando este chamamento deixar de existir na humanidade, é sinal que todos estamos em profunda e real vibração de amor. E será aí que, deixarão de existir terapeutas, mestres, gurus e religiões…

Aos 16 anos, quando vivi a experiência quase-morte, espreitei um universo de luz e amor nunca antes vivido. Percebi, naquele instante que, afinal de contas tudo não passa de um fugaz e perfeito suspiro existencial. Tudo é efémero e nada é real – tudo é ilusão!

Percebi que a morte não existe e que a vida é uma simples representação de um papel… uma pequena e curta viagem de uma personagem que co-criou o seu próprio guião.
A força que me puxou pelos ombros, quando o meu corpo parecia jazer na cama, após 40 dias de jejuns prolongados, para o túnel afunilado de luz, fui eu mesmo… ou melhor, aquilo que está antes de mim, ou se preferir, a minha própria consciência ativa, despida de referências mundanas.
A ‘parede’ castanha que surgiu em frente ao meu olhar interno, que mais parecia uma montanha gigante, poderei chamar de estrutura existencial ou ‘ego’. Os caracteres, símbolos e inscrições douradas impressas nessa mesma ‘montanha’, poderei chamar de ‘portas’ do processamento… ou o acesso às ligações neurais…
Por cada caracter que focava, uma realidade encarava.

Não era mais eu, como ‘persona’, e sim um ‘eu’ total… um eu omnipresente, ciente de que não existia princípio nem fim… ou separação entre um sujeito e algo exterior, não existia mais separação entre aquilo que observava e o que era observado! Era apenas pura energia. Energia que, na linguagem da persona poderia ser energia de vida ou energia de amor – mas nesta presença e condição, bastava apenas ‘energia’, pois bastava-se a si mesma… total, inteira e perfeita!

Dei a guarda desses acessos ao meu ancestral sagrado divino mais puro. A chave-farol ativa foi a ligação a uma personagem que escolhi receber no meu coração como exemplo, como verdade e como a realidade mais próxima da energia que reconhecia – Jesus.

Aos 33 anos, abro o coração à fluidez… à impermanência da vida e aceito que, afinal sou mesmo uma personagem aqui a desempenhar o seu papel.
Desde esse momento – Maio de 2007 – a minha alma chamou-me para a prática da verdade pura em mim… a prática da fidelidade para com este ser, e, durante 12 anos fui aprendiz de mim mesmo, mestre da vida em mim e coração de partilha genuína de mim para com todos os que se aproximaram. 

Hoje, os ventos da consciência… as brisas do coração… e o grande oceano da lucidez, devido a todo este tempo de entrega, fazem-me escolher um novo rumo. E, tal como naquele túnel afunilado, na experiência quase-morte ou consciência alterada, materializo e imprimo uma vez mais, o selo da união ao todo… da conexão à fonte, sem nunca esquecer o ser único que sou, nesta personagem que tem por nome Joaquim Marques Caeiro – o humano consciente do seu papel em si mesmo.

O resultado é simples, e ao mesmo tempo grandioso e complexo.

É hora de retornar à luz… é hora de viver essa vibração que me puxou pelos ombros naquele dia aos 16 anos. Ser essa imensidão de contacto e liberdade, tornando-me na expressão mais pura daquilo que vim para ser aqui – LUZ E AMOR!

Abraço-te na esperança que me acompanhes, na lembrança que SOMOS UM e na presença deste amor real, presente até na mais pequena partícula existencial.

Até já… até sempre… até nunca, porque serás sempre em mim, como eu serei em ti.

JC - O Aprendiz da Luz

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