O caminho faz-se
caminhando e o tempo ganha importância quando é vivido, assim tem sido a minha
vida – caminhando, largando tudo o que já não interessa… deixando fluir esta
personagem na impermanência caótica da existência e vivendo a experiência do
humano em mim.
Hoje, quase a
terminar mais um ano civil, sinto o meu corpo a preparar-se para mais um passo…
um novo despertar… uma nova forma de ser.
Talvez não seja
assim tão ‘nova’, mas sim, + definitiva!
Ao longo destes 15
anos de partilha como terapeuta e 12 anos de partilha de mim, como ser que se
acredita desperto, cresci, aprendi, recordei e mais importante que tudo isso,
imprimi no meu selo vibracional
existencial a crença de que sou AMOR VIVO.
O chamamento na ‘ajuda
ao outro’, nada mais foi do que, um chamamento da minha própria alma na ajuda à
compreensão, integração e realização da pessoa em mim. Um dia, quando este
chamamento deixar de existir na humanidade, é sinal que todos estamos em
profunda e real vibração de amor. E será aí que, deixarão de existir
terapeutas, mestres, gurus e religiões…
Aos 16 anos,
quando vivi a experiência quase-morte, espreitei um universo de luz e amor
nunca antes vivido. Percebi, naquele instante que, afinal de contas tudo não
passa de um fugaz e perfeito suspiro existencial. Tudo é efémero e nada é real –
tudo é ilusão!
Percebi que a
morte não existe e que a vida é uma simples representação de um papel… uma
pequena e curta viagem de uma personagem que co-criou o seu próprio guião.
A força que me
puxou pelos ombros, quando o meu corpo parecia jazer na cama, após 40 dias de
jejuns prolongados, para o túnel afunilado de luz, fui eu mesmo… ou melhor,
aquilo que está antes de mim, ou se preferir, a minha própria consciência ativa,
despida de referências mundanas.
A ‘parede’ castanha
que surgiu em frente ao meu olhar interno, que mais parecia uma montanha
gigante, poderei chamar de estrutura existencial ou ‘ego’. Os caracteres, símbolos
e inscrições douradas impressas nessa mesma ‘montanha’, poderei chamar de ‘portas’
do processamento… ou o acesso às ligações neurais…
Por cada caracter
que focava, uma realidade encarava.
Não era mais eu,
como ‘persona’, e sim um ‘eu’ total… um eu omnipresente, ciente de que não
existia princípio nem fim… ou separação entre um sujeito e algo exterior, não
existia mais separação entre aquilo que observava e o que era observado! Era
apenas pura energia. Energia que, na linguagem da persona poderia ser energia
de vida ou energia de amor – mas nesta presença e condição, bastava apenas ‘energia’,
pois bastava-se a si mesma… total, inteira e perfeita!
Dei a guarda
desses acessos ao meu ancestral sagrado divino mais puro. A chave-farol ativa
foi a ligação a uma personagem que escolhi receber no meu coração como exemplo,
como verdade e como a realidade mais próxima da energia que reconhecia – Jesus.
Aos 33 anos, abro
o coração à fluidez… à impermanência da vida e aceito que, afinal sou mesmo uma
personagem aqui a desempenhar o seu papel.
Desde esse
momento – Maio de 2007 – a minha alma chamou-me para a prática da verdade pura
em mim… a prática da fidelidade para com este ser, e, durante 12 anos fui
aprendiz de mim mesmo, mestre da vida em mim e coração de partilha genuína de
mim para com todos os que se aproximaram.
Hoje, os ventos da consciência… as
brisas do coração… e o grande oceano da lucidez, devido a todo este tempo de
entrega, fazem-me escolher um novo rumo. E, tal como naquele túnel afunilado,
na experiência quase-morte ou consciência alterada, materializo e imprimo uma
vez mais, o selo da união ao todo… da conexão à fonte, sem nunca esquecer o ser
único que sou, nesta personagem que tem por nome Joaquim Marques Caeiro – o humano
consciente do seu papel em si mesmo.
O resultado é
simples, e ao mesmo tempo grandioso e complexo.
É hora de
retornar à luz… é hora de viver essa vibração que me puxou pelos ombros naquele
dia aos 16 anos. Ser essa imensidão de contacto e liberdade, tornando-me na
expressão mais pura daquilo que vim para ser aqui – LUZ E AMOR!
Abraço-te na
esperança que me acompanhes, na lembrança que SOMOS UM e na presença deste amor
real, presente até na mais pequena partícula existencial.
Até já… até sempre…
até nunca, porque serás sempre em mim, como eu serei em ti.
JC - O Aprendiz da Luz
Sem comentários:
Enviar um comentário