Ao longo de quase 4 anos de caminhada em retiros e experiências vivenciais, no Monte da Fonte (minha casa), tenho vindo a alcançar o que sempre acreditei que seria possível - a liberdade total em ser. Liberdade essa que toca a questão da alimentação.
Gradualmente, como acredito que deve ser, por todo o processo envolvido de adaptação do meu corpo e por ser 'boa boca' e acostumado a boa comidinha alentejana, ao longo destes 4 anos, em vez de optar por me tornar de vez vegetariano, quis entender e acompanhar todo o processo que faz com que uma pessoa decida deixar de parte a carne e optar pelo mais saudável. Habitualmente, e especialmente desde o meu despertar para esta forma de estar e ser, a carne não era a minha opção favorita - sempre preferi o mais colorido, o mais vivo e mais simples - sem envolver morte ou sofrimento.
Talvez devido ao fato de ter sido criado no campo, e ter assistido a muitas matanças de porco, perus, patos e galinhas, por parte da família, para sua sustentabilidade, e devido à minha sensibilidade pela vida desde que me conheço, sempre que um bife caía no meu prato, eu lembrava o resto do corpo ao qual ele havia pertencido, e que tinha morrido para estar ali.
Mas tudo isto é muito vago, eu precisava saber mais e sentir mais na pele todas estas questões, ao nível da existência celular. E tem sido esses passos que tenho vindo a dar nesta caminhada em mim mesmo - acompanhar o meu corpo na direção daquilo que o torna mais próximo do divino que ele é!
Foram várias as experiências que passei até chegar onde me encontro hoje, numa opção quase exclusiva da alimentação crudívora. Passo a passo, tenho acompanhado o meu processo interno de reajuste, ao mesmo tempo que posso observar todas as ligações e 'trânsitos' de forma a poder ser um testemunho vivo desta experiência que nos traz mais vida.
Quando me alimento de crus, sinto que as minhas células vibram mais vida - elas lembram mais facilmente e rapidamente o que são e consequentemente originam e multiplicam mais facilmente vida, saúde e bem estar.
Apesar de existirem muitas questões sobre o fato dos vegetais, frutas e afins serem formas de vida também, devemos lembrar-nos de que o que gere a existência está muito ao nível do subconsciente, que identifica mais facilmente vida e morte em manifestações que se aproximam da sua própria existência - na forma.
Talvez tornar-se crudívoro seja apenas uma ligeira fase e transição para nos tornarmos completamente independentes da crença de que precisamos de alimentos para viver - é nesse sentido que estou a caminhar.
O silêncio, a meditação, mantras, a elevação alcançada na presença da consciência mais pura, o simples existir, elevam-nos à lembrança de que a vida é um pulsar ao nível do cosmos - algo completamente inatingível quando estamos demasiado absorvidos pela vida mundana e material.
Por isso, cada vez mais os meus retiros são uma preparação para uma vida diferente - um estágio e preparação para passos na direção de uma existência mais livre e mais completa.
Discordo de opções como detox's ou retiros para desintoxicação, uma vez que não é coerente manter a mesma postura quando descobrimos que podemos viver sem nos intoxicarmos. Fará mais sentido fazer um detox ou retiro ou tratamento de desintoxicação uma vez por ano, ou eliminar de vez a possibilidade de se intoxicar? Não estaremos a fazer mais do mesmo, quando habitualmente só procuramos o médico para nos tratar em vez de procurar manter um comportamento que possa prevenir e evitar o aparecimento de doenças e desequilíbrios?
Através dos retiros de silêncio, tenho experimentado jejuns, alimentação à base de crus, sempre tendo por base o que considero essencial à vida - exercício, meditação, estado de felicidade e paz - e já sei, já entendo e já percebo, a um nível de consciência celular a possibilidade de vivermos sem alimento. Sei por minha própria experiência que alimentar-mo-nos de alimentos físicos é puramente uma crença que criámos ao longo dos tempos que vivemos afastados de nós mesmos. Felizmente já somos alguns a tornar esta verdade real - viver da luz é uma realidade tendencial, que levará o mundo à sua frequência original!
A ideia que temos de que comer apenas frutas, legumes, e crus, é muito pouco sustentável para a vida do corpo, é alimentada pelos media e pelo fanático processo de conquista de poder e dinheiro. Seja como for, e o que realmente interessa saber, é que podemos encontrar nos legumes e nos crus tudo o que o corpo precisa para viver, mais e melhor!
Apesar de não ter estudado sobre assunto, pois prefiro seguir as instruções do meu corpo e da minha consciência, sei de alguma forma que a gordura que se encontra nos frutos secos, é uma gordura saudável. Sei por exemplo, de que, quando o meu corpo pede 'verdes', ele está a pedir mais proteína - couves, espinafres, bróculos, salsa...
Acredito que mais importante do que seguir o que já alguns comprovaram ou validaram no seu próprio corpo, precisamos viver a experiência no nosso próprio corpo para tornar real essa possibilidade - é isso que os retiros de alimentação prânica são - um estudo personalizado e experiência na direção da liberdade em ser e viver da luz!
No próximo retiro da Páscoa, que serão 13 dias de silêncio, vamos poder experimentar todas estas fases e perceber o quanto podemos fazer pelo nosso templo terreno.
Todos o podem fazer.
Acredito que somos o que comemos - acredito que podemos eliminar em grande escala a possibilidade de doenças e desequilíbrios, vivendo mais ao nível do divino que somos originalmente - acredito que está ao alcance de todos esta possibilidade - bastando para isso dar os passos e entregar-se a uma caminhada de autodescoberta!
Precisas de ajuda? Conta comigo
jcaeiro@live.com.pt ou 960059885 (sms)
Sem comentários:
Enviar um comentário