26 de agosto de 2018

Como descobri e desenvolvi a meditação que partilho?

Aos 18 anos, já devorava livros de Dale Carnegie e outros do género associado ao projecto que estava envolvido - Amway. Compreendia a linguagem positiva, tudo em mim fazia sentido, mas no que tocava à prática de exercícios, ficava sempre para segundo plano.

Mais tarde, já trabalhava no Algarve, quando comecei a ouvir falar em terapias alternativas. Lembro-me de uma senhora que amo muito me ter oferecido um pequeno livro sobre 'Rebirthing' onde constavam alguns exercícios de meditação associados à respiração. Não liguei  , foi mais um livro que foi parar à estante. 

Sempre amei ler algo que me fizesse crescer e sentir melhor. Procurava livros que estimulassem o meu cérebro e me elevassem ao mais grandioso em mim. Lia livros do famoso 'Paulo Coelho', depois passei para os livros de Brian Weiss, e foi aqui que algo começou a mexer mais comigo.
Comecei a entusiasmar-me com os cd's e a tentar seguir as instruções nas meditações de cura que o Dr. Weiss falava. Mas acabava sempre por dormir e não sentir o que supostamente era para sentir.

Um dia, já trabalhava como terapeuta, ao fazer uma massagem, experimento sensações estranhas e começo a perceber imagens ao nível do terceiro olho (imagens internas), sobre uma situação carregada de densidade vibracional associada a tristeza, a mágoa e perda.
As imagens que me surgiam na mente eram perturbadoras, mas o que realmente me incomodou foi o facto destas mesmas imagens coincidirem com um episódio recente que a senhora que estava a ser tratada por mim, tinha acabado de viver. Senhora que eu tinha acabado de conhecer.

Nessa altura, já sabia que a única forma de entender sensações e perceber o mecanismo sensível do meu corpo, seria através da viagem ao meu interior, que implicaria naturalmente o uso da meditação.
Nesse mesmo dia cheguei a casa e jurei a mim mesmo que teria de descobrir o 'tal do eu interior' que se encontrava dentro de mim e era detentor de todas as respostas.

Foram duas longas horas, mas quando estava quase a desistir, senti aquilo que ainda hoje refiro como um 'orgasmo existencial'. Deixei de ser, mas ao mesmo tempo era tudo. Estava presente e ausente em simultâneo e ao mesmo tempo, conseguia observar-me - aí foi o grande salto para o inicio da jornada na meditação.

Seria o ano de 2005, se não estou em erro, quando isso aconteceu.
A maior dificuldade foi a criação da rotina e práticas diárias. Inventava sempre algo para não cumprir. Percebi que o facto de facilitar meditação para outros, poderia ajudar-me a cimentar mais a ideia de que precisava mesmo da prática e rotina diária. E foi o que aconteceu.

Todo este percurso culminou no meu despertar em 2007.
Sinto que a meditação foi a preparação e criação de condições para o meu despertar.

Desde então a jornada tem sido fluída e natural, sempre consciente da necessidade de continuar a ficar atento à 'presença' ou capacidade de viver a experiência do momento.

No meu despertar, que basicamente foi ter percebido que tudo sou 'eu' e que por isso precisava ser fiel a esse 'eu' consciente e lúcido, foi-me permitido perceber nas entrelinhas que o maior objectivo do ser humano é aprender a viver o momento - algo que eu próprio tinha dificuldade em viver. Andava sempre 'deslocado' do tempo presente. Ou estava preocupado com o futuro ou agarrado ao passado.

Precisava criar formas para ajudar as pessoas a viverem a experiência do 'agora'. Exercícios, práticas que levassem as pessoas que me iam procurando, de acordo com as suas características individuais e únicas, a criar condições para poderem libertar-se das preocupações e começarem a viver o momento presente por inteiro.

Então comecei pela simples meditação guiada.
Seguindo os passos do Dr. Brian Weiss, nas suas meditações de  cura, usava o jardim como cenário e ponto de partida e depois deixava que a minha imaginação e sensibilidade me mostrasse as várias possibilidades e direcções. 
Percebi que ao fazê-lo estava apenas a criar mais histórias para a mente humana processar.
Lembro-me do momento em que senti nas minhas células o apelo da minha alma pelo 'NADA'.
Foi aí que comecei a interferir no percurso da meditação que usava. Comecei a actuar no 'agora', e as minhas instruções passaram a trazer a pessoa para o momento presente em vez de a afastar dele.

Percebi que, mais do que qualquer intenção ou necessidade de ajudar a mente a 'fazer algo' para se aquietar, seria necessário criar o aquietamento em modo 'agora'. Percebi que, a essência real da meditação, se baseia na condição de observador ou vigilante de si mesmo, a tal atenção plena à vida e ao momento.

Apesar de ter descoberto esta forma de chegar ao essencial, havia algo que parecia não resultar na maior parte dos meus pacientes. Foi aí que comecei a usar outras estratégias para ajudar a pessoa a chegar a esta condição de presença, e naturalmente só poderia usar o que mais amava - a dança.

Comecei por criar a Liberdanza - movimentos sincronizados com a música e respiração.
Em simultâneo, todo o meu trabalho acompanhava cada passo evoltuivo que dava em mim mesmo. Comecei a fazer hipnoterapia naturalmente e a entrar ainda mais nos meandros do funcionamento neural/subconsciente.

À medida que ia criando novas experiências, sentia que ia beber a uma espécie de 'fonte', que me fornecia dicas, estratégias e condições para a experiência de algo novo e avançar no meu processo de auto-descoberta.

Lentamente, comecei a perceber que todas as linhas que estava a desenvolver ou a praticar já alguém as tinha descoberto antes. Percebi que estava a beber da mesma fonte que todos os antigos mestres, gurus, praticantes de todo o trabalho interior beberam.

Mais verdadeiro que uma formação e mais completo que um estudo feito por alguém 'afora' de mim, eu estava a viver na primeira pessoa a experiência do acesso à fonte, onde me era permitido tocar todas as variantes e não ser rígido ao ponto de pertencer apenas a uma só!

Tudo o que fazia e faço, era e é, baseado na energia do amor e da verdade, através do caminho do coração. Não procurava um título um 'nome' ou status, procurava somente ser eu e partilhar o que comigo havia resultado.

Fui alvo de 'investigação' por parte de pessoas que estudaram anos em universidades e me questionaram - 'Joaquim, como consegue fazer o que faz sem ter estudado isto e eu que estudei tantos anos não o consigo fazer?!'
A minha resposta era sempre - 'Não sei! Apenas sei que sigo o coração!'

Foi assim, que passo a passo fui desenvolvendo vários tipos e formas de meditar e trabalhar.
Nada que não se assemelhe ao que tantos já criaram em tempos - e ainda bem que assim é, pois se fosse o contrário sentir-me-ia um ET. :-)

Nos dias de hoje, sinto que alcancei o ponto alto da maturidade em experiência no campo, dentro de toda a matéria que envolve o cuidado do corpo e da alma. E mais uma vez, sinto-me no inicio. A começar de novo. Mas sei, no mais profundo de mim, que  existe algo que ninguém me tirará - a lembrança da experiência vivida e comprovada por mim mesmo que, só o amor é real, e que tudo além daquilo que é a 'presença' ou a experiência do agora, é invenção do nosso ego.

Por isso posso dizer-vos que, acredito que acedi à fonte das fontes e me foi transmitido que 

TODOS O PODEMOS FAZER, BASTA QUERER!!!

Boa noite e bom descanso.

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