Acredito
numa filosofia de vida intemporal, antes de tudo o que exprime a essência e o
coração de todas as religiões e linhas espirituais. É aí que eu descanso… é
isso que eu sou: o fluir da existência divina!
Envolvidos pela azáfama do dia-a-dia e pela
ação hipnótica condicionada por uma sociedade baseada em objetivos específicos
de concretização, materialismo e alcance de algo, esquecemo-nos muitas vezes
que o verdadeiro propósito é VIVER. Viver cada momento, cada segundo, na
consciência que apenas existe uma oportunidade para esse momento. Viver cada
instante sabendo que se trata do único que nos é possível experienciar nesta
condição humana. Afastamo-nos de tal forma da lembrança de quem realmente somos
que, facilmente responsabilizamos o mundo e tudo o que escolhemos viver como
responsáveis pelos nossos fracassos, insatisfações e frustrações.
Despertar
para a existência
Se parar e observar a vida a acontecer em si,
entende que tudo funciona sem o seu comando. Cada órgão, cada célula, cada
parte do seu corpo sabe exatamente o que fazer para o manter vivo. Se criar o
hábito em parar e dedicar apenas 10 minutos de manhã e 10 minutos à noite para
observar a vida, irá mostrar ao seu corpo e tudo o que nele funciona que
reconhece esta perfeição, esta inteligência, esta presença de algo divino e
grandioso. Este hábito diário irá permitir-lhe lentamente, dia após dia
integrar e aceitar a ideia de que a única condição para alcançar seja o que for,
é estar vivo! Isto irá despertar em si a consciência que afinal basta existir…
independentemente da sua situação, das suas escolhas ou de qualquer
comportamento – ser apenas o que é, é suficiente para dar continuidade à sua
manifestação aqui na terra.
Tudo
começa e termina em si em cada instante
Estar desperto para a sua própria e simples
existência, como vida e manifestação inteligente, permite-lhe criar condições
para saber que tudo começa e termina em si, que é você o criador de tudo o que
acontece e é na sua vida. Que afinal, até tem dentro de si e em toda a sua
manifestação o poder da criação, a inteligência suprema a acontecer sem
paragens ou dúvidas. Olhe à sua volta. Aquilo que os seus olhos enxergam e
todos os seus sentidos percecionam é a realidade que considera real. Cada
detalhe, cada forma, cada reconhecimento e identificação do local onde se
encontra, é processado de acordo com o seu conhecimento, com as suas memórias e
associações. Aquela cadeira pode ser a mesma cadeira que outra qualquer pessoa
pode percecionar, mas a forma como essa cadeira entra no historial interno da
pessoa é diferente da sua. Aquela janela, observar o exterior através do vidro
pode ser o mesmo que qualquer pessoa observa e contempla… mas a forma como tudo
isso é processado dentro de cada um é diferente da forma como é processado
dentro de si. Recordações, associações, vivências, conceitos, estilos de vida,
família e tudo o que é, acredita e manifesta, nesse momento em que observa esse
local, tudo isso é responsável pela criação desse momento e dessa realidade
dentro de si. Portanto, faça o que fizer, ande por onde andar e seja quem for,
está sempre a criar o momento… está sempre a criar tudo… porque tudo é
observado com os seus sentidos, que só sabem processar à sua semelhança.
Existe
apenas uma oportunidade para viver
Não importa a sua situação, a sua origem, a
sua raça, a sua linha espiritual, ou a sua filosofia de vida. Esteja onde
estiver, faça o que fizer, aconteça o que acontecer, apenas existe uma verdade
– este momento em que está a ler estas linhas já passou. Na sua manifestação
única, cada momento, corresponde a uma única oportunidade em ser apenas aquilo
que deseja ser. Por outro lado, graças a todo o mecanismo inteligente que é o
seu corpo-mente e o seu corpo-coração, cada instante é registado internamente
como mais um passo, o que não lhe dá
a possibilidade de ser exatamente a mesma manifestação, no momento que se segue
ao que está a viver agora – por outras palavras só vive exatamente como é, uma
única vez, por cada momento! E se é o momento que dá origem ao próximo, já
parou para observar o que está a ser cada momento? Já pensou que, se cada
momento é único, se existe apenas uma oportunidade, pode estar apenas a tentar
ser algo no futuro, ficando apenas nesse círculo vicioso em que o resultado
fica apenas pelo tentar?
A
mente e o coração são um só
Estamos habituados a referir-nos aos
pensamentos e às emoções como se fossem separados um do outro. Como se a mente
tivesse que comandar o coração ou vice-versa. Na realidade, tudo acontece em
simultâneo, senão teríamos de ter dois momentos em vez de um momento. Já
imaginou um pensamento sem uma emoção? Já sentiu uma emoção sem pensar?
Prisioneiros de um esquecimento quase
irresponsável, longe estão as memórias que nos poderia ajudar a lembrar que a
separação apenas existe na ilusão e na necessidade de identificarmos partes do
todo que somos. Da mesma forma que a mente e o coração acontecem e são em
simultâneo, tudo em si é em simultâneo. Não existe espaço para ‘duas
existências’ no próprio momento. Devido à nossa condição de sermos apenas o
momento e podermos viver apenas um instante de cada vez, que por cada vez que
observamos apenas o fazemos numa direção de cada vez, criamos a ideia de que
cada momento é separado do todo. O seu coração bate em todo o corpo, em cada
célula, em cada órgão interno o coração está presente, no pulsar na lembrança
que está ligado à vida. O seu fígado, realiza as suas funções em todo o seu
corpo, porque é graças ao resultado das mesmas que se mantem o equilíbrio em
todo o corpo. Os seus pulmões e todos os restantes órgãos internos fazem a
mesma coisa. O que quer dizer que afinal cada parte de si é inseparável da
outra parte e integrada num todo que só existe porque cada parte existe.
É
inseparável do cosmos
Se olhar à sua volta e observar a vida, tudo
existe numa perfeição e numa inteligência que transcende a capacidade humana.
Cada forma de vida, cada ciclo, cada acontecimento parece estar divinamente
organizado por uma força lógica que dita a sua essência única na sua própria
manifestação. Tudo está ligado, tudo está a acontecer ao seu ritmo,
aparentemente isolado, mas ligado à rede e malha da vida. Observe o seu dia e
tudo o que faz parte dele para compreender melhor esta consciência. Ao acordar,
centenas de outras pessoas o estão a fazer. Ao sair de sua casa, cada passo,
cada ação, centenas, milhares de outras pessoas o fazem em simultâneo. A cada
amanhecer, o sol, a luz volta e são criadas as condições para que tudo possa
existir mais um dia. Agora observe mais perto de si – sempre que age e se
manifesta como ser, é ‘obrigado’ a fazer parte de todas as outras
manifestações. Nada interrompe a sua existência para que você aconteça – tudo
está em simultâneo a acontecer, interligado e perfeitamente sincronizado. Está
sempre onde tem de estar, nem mais nem menos. Primeiro porque o tempo não
existe, a separação do passado, presente e futuro, mais uma vez foi uma ação
para percebermos e situarmos a nossa existência – o passado são memórias, o
presente já é passado por cada vez que se manifesta e o futuro são sonhos,
possibilidades baseadas no que acreditamos e manifestamos agora. Portanto cada
instante da sua vida é perfeito, porque usa tudo o que dispõe para escolher e
ser. A ideia da imperfeição, insatisfação ou desilusão, está diretamente
associada ao desfasamento entre a ilusão de uma concretização controlada
antecipadamente no mundo interno do processamento geral e a lembrança que
afinal essa concretização nunca corresponderá exatamente ao que prevê, pois se
cada momento é diferente pela experiência e por estar sempre a acrescentar
‘tempo’ de vida e conhecimento, quando o que deseja acontece está num momento
diferente daquele em que estava quando pensou ou criou a possibilidade disso.
Como
concretizar e ser tudo o que deseja?
Se tudo já é perfeitamente organizado e
sábio. Se tudo faz parte de uma consciência global inseparável de si mesma. Se
apenas existe uma única oportunidade para ser, então só conseguirá alcançar
condições para criar o caminho e, tudo o que precisa para chegar aos seus
sonhos e à sua realização feliz, sendo apenas o que é. Sim, nada existe a
curar, a transformar ou a alterar em si, talvez aquilo que desejamos fazer é
criar condições para sermos com tudo o que faz parte de nós em paz, sem rejeições,
zangas ou necessidade de acrescentar ou retirar seja o que for. Mas se o
momento é único, fazer qualquer cosia diferente daquilo que é a naturalidade da
manifestação é distanciarmo-nos da lembrança de quem realmente somos – a fonte,
o tudo e o nada, o Deus em manifestação. Seja apenas você mesmo e o mundo será
ele mesmo.
Joaquim
Caeiro
O retorno à fonte primordial – o Caminho do
Coração
Psicoterapeuta da Alma & Life Coach
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