15 de janeiro de 2015

Mediunidade, comportamentos e a existência paradoxal


Instigados a viver debaixo do véu da ilusão e da ignorância, pelo medo, pela repressão e pela necessidade de controlo, a humanidade desenvolveu-se e evoluiu para a crença, deixando para trás a verdadeira compreensão da sua existência.

Fomos queimados na fogueira porque nos disponibilizámos a sentir a mais do que o comum mortal. Pensar em alguém e esse alguém surgir, não se podia saber, porque era um acto diabólico. A igreja, a religião e o poder máximo, decidiram o que fazer com a verdade e nós 'povo', a maior parte, simplesmente se adaptou e encontrou a sua forma de manifestação e práticas.

Na tentativa de atrair fieis, submissos a regras de 'Deus' criadas pelos homens, a igreja criou o céu e o inferno, o purgatório, o arrependimento, o perdão, a absolvição, a condenação e a salvação. Um simples mecanismo de manipulação usando o rosto e o nome de quem não se pode pronunciar e manifestar - porque mais uma vez se trata de uma criação do homem.

A sensibilidade psíquica, o mundo dito paranormal, assumiu um lugar na sociedade um pouco 'escuro', algo que era fora do normal - porque simplesmente foi banido das regras existenciais egóicas do poder. Todos os que manifestavam algum tipo de comportamento fora do normal, eram rotulados como bruxos, feiticeiros ou portadores de pactos com o diabo. E assim, gradualmente tudo contribuiu para que a verdadeira essência da sensibilidade psíquica, mediunidade ou capacidades extra-sensoriais, ficassem na gaveta ou saíssem cá para fora de uma forma codificada e, por isso mal interpretada por muitos que, não estando preparados para o entendimento, deturparam e usaram o mesmo mecanismo usado para a sua extinção - inventando uma abordagem diferente da original.

Hoje em dia, com tanta abertura de consciência e disponibilidade de informação, ainda alimentamos histórias do 'arco-da-velha' por incapacidade em lidarmos com as emoções.

Consultamos médiuns para que através deles os nossos entes queridos que já partiram desta realidade, possam dizer 'Olá, estou bem, em descanso'.... ou então 'Olá. Estou preocupado com... não tenho descanso enquanto isto ou aquilo não for feito..' - se a intenção do médium for ganhar mais dinheiro...

Encaminhamos almas, como se fossemos faróis angélicos e deuses com poderes e sabedoria ímpar... detentores de uma consciência capaz de colocar aquele espírito ou alma no devido lugar - quando nem ainda tivemos coragem de enxergar a nossa própria estrada, a nossa própria realização e missão aqui.

Corremos desesperados atrás de alguém que supostamente descobriu a cura... e ainda mais se for estrangeiro - pois seria impossível existir na nossa própria casa o mesmo - ... e gastamos uma fortuna, criamos dívidas, fazemos empréstimos, porque estamos desesperados à procura da salvação.... e ao fim de algum tempo então percebemos que afinal tudo é na realidade tão simples e natural.

Saímos de um mundo de controlo, de um mundo materialista, onde a ideia é - só posso viver aqui se tiver um emprego, se ganhar dinheiro - porque não nos preenche, não nos satisfaz, não nos lembra quem somos... e num abrir e fechar de olhos decidimos mudar e fazer o que gostamos e sonhamos... e sem nos apercebermos voltamos ao mesmo mecanismo de controlo, procurando certificações de outros que já provaram a eles próprios que funcionava, em vez de nos entregarmos à verdade que somos e dar as mãos a quem nos mostrou essa verdade!!

Criamos propagandas contra o cancro, contra isto e aquilo... e nem nos apercebemos que somos levados pela corrente manipuladora de quem já percebeu o mesmo mecanismo, e em vez de criarmos a cura, apenas estamos a vender mais a ideia do que não queremos, enriquecendo indústrias e entidades.

Trocamos o contacto directo com o outro e com a vida real pelos mecanismos electrónicos, onde a ilusão virtual nos parece satisfazer e preencher... quando estamos apenas a criar um poço sem fundo... um oceano infinito de questões e suposições, que nunca passarão de um sonho... ou pesadelo!

Continuamos a rezar a Jesus, à Virgem Maria, aos santos, a Deus para que nos possa valer - quando a verdade que nos foi passada, ou pelo menos tentaram fazê-lo foi 'o reino dos céus é aqui' ... 'tu és o caminho, a verdade e avida'.
Quando Jesus criou a oração 'Pai Nosso' e S. Francisco criou a sua oração que todos conhecemos, eles fizeram-no na posse de um estado de consciência diferente daquele em que a maioria das pessoas se encontra - como pode ter condições para usufruir da essência divina da oração se ainda continua a pedir a algo que acredita que tem poderes sobre si, se a mensagem, a verdade assenta no principio que cada um é o principio e o fim de si mesmo?!

Então, depois de tantas e várias tentativas, decidimos então procurar o equilíbrio e o bem estar nas aulinhas avulso oferecidas às centenas nos imensos espaços que existem 'espirito-comerciais' envolvidos pelo véu da suposta bondade ignorante, baseada no interesse do ego na concretização da missão interna e da vontade em fazer e ajudar.....

Poderá ser a visão mais negra desta realidade, mas precisamos olhar para ela e 'resolvê-la' ou transformá-la na verdade, que foi para isso que toda esta realidade se propôs existir.

Felizes os que estão despertos, de coração aberto à verdade e a tudo - a eles pertencerá o reino dos céus. Felizes os que ao lerem este texto sentirem apenas manifestação e não reacção - a eles pertencerá o reino dos céus. Felizes os que tiverem a coragem de dar o passo e assumir de uma vez que o Deus está e é na sua própria existência - a eles será entregue a consciência que sempre foram e estiveram no reino dos céus.

Vamos apenas existir malta? Vamos apenas ser?
Esta é a verdadeira essência da espiritualidade!

Alguma questão ou  se quiseres falar comigo: jcaeiro@live.com.pt ou 960059885 

Gratidão, Paz e Amor

JC

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