Cresci numa realidade bafejada pela carência (financeira, emocional e estrutural) e pela ideia de que, para ter alguma coisa na vida precisava trabalhar muito.
Questionava sempre a razão pela qual determinadas famílias e pessoas tinham tanto e nós tão pouco.
Desde muito cedo que comecei a observar os comportamentos dos mais próximos, na tentativa de encontrar uma explicação para a nossa realidade, que nada me satisfazia.
Ouvia com frequência em casa:
'Que mal fiz a Deus para merecer isto tudo? Só podemos estar amaldiçoados ou 'embruxados', quanto menos temos, mais problemas acontecem! E aqueles filhos da mãe, que não merecem nada, tem tudo!! Devem andar metidos em drogas e coisas estranhas!!!'
Eu questionava a mim mesmo:
' Como é possível que alguém não mereça algo que já tem e que lutou para ter? Como é possível alguém amaldiçoar-nos, ou invejar-nos se não tínhamos uma situação 'ideal' e 'boa'?
Perguntava com frequência a mim mesmo, porque é que determinadas pessoas se esforçavam tanto para ter uns míseros tostões na carteira - como o meu pai - enquanto outros, com tão pouco esforço conseguiam alcançar muito mais!! Seria uma questão de inteligência? Seria a falta de formação do meu pai? Não, porque até as pessoas que observava a alcançar resultados e estilos de vida melhores, não pareciam 'tão espertos', 'inteligentes' e sensíveis como achava que o meu pai era!
À medida que fui crescendo percebi que havia uma falta de foco, organização e sobretudo um 'combustível' que alimentava os meus pais baseado em crenças limitadoras e perdedoras. Eles acreditavam que nasceram para sofrer e viver apenas com o essencial... e a realidade tornou-se nisso mesmo!
Sempre que tentava fazer algo novo ou diferente, os meus pais eram os primeiros a dizerem que não iria resultar... ou que iria perder o meu tempo! Aquela postura de perdedores e de quem estava acomodado com um 'destino' amaldiçoado (por eles próprios), fez nascer um fogo de ambição em mim desde muito cedo. Lembro-me de pensar que, iria provar a eles que determinada actividade ou situação iria ser válida e acontecer como eu queria. E isso foi, para a maior parte das minhas concretizações pessoais em todos os níveis o meu motor impulsionador principal!
Mas, ao crescer as mesmas questões voltavam, quando entro no mundo do trabalho e começo a ter que arranjar forma de me sustentar, pagar uma casa, um carro e ter aquilo que se possa dizer 'vida normal'!
Vi-me muitas vezes confrontado com o fantasma e assombração da lembrança do que foram os meus pais e na forma como lidaram com a energia da própria concretização - se, por um lado me motivava para lutar e continuar, por outro, subtilmente ao nível do subconsciente, algo parecia operar de forma sorrateira contra o que acreditava.
Tudo ganhou mais forma, no momento em que decido sair de casa dos meus pais e aventurar-me sozinho no Algarve. O meu pai disse-me na despedida, 'adivinhando' o meu fracasso nessa experiência dizendo: 'Não vais aguentar mais do que 3 semanas!'
E foi exactamente no dia que fez 3 semanas que decido sair do local onde estava - por não serem cumpridas as condições inicialmente combinadas. Sigo, no meu renault 5 atulhado de algumas coisas, 5 contos no bolso, sendo que dois contos e quinhentos seriam para a gasolina. Meto-me à estrada e apenas sabia que aquilo já não queria mais para a minha vida... o que sucederia a seguir só poderia ser melhor!
Mas tinha de decidir - ou voltava para casa dos meus pais e continuava a viver mais do mesmo, ou arriscava e aproveitava a oportunidade que me era dada - namorava uma rapariga de Lagos que me tinha oferecido ajuda - e provava ao meu pai que a sua premonição estava errada!
Foi nesta altura que me lembro de ter pensado que, eu poderia ter baixado os braços e desistir, voltar para a mesma realidade e tornar-me quiçá alguém do género dos meus pais (que tanto amo e tanto sou grato) acomodado com o que o destino fadado me haveria de dar. Mas em vez disso, eu vi uma oportunidade... uma ponte de salvação, uma direcção e sentia-me puxado para ela!
Lembro-me que, parei o carro num café à beira da N125, compro um bollycao, sento-me no carro e na rádio toca nesse momento a música 'Aprender a ser feliz' dos Polo Norte, e sei que isso foi o impulso que precisava para decidir firmemente sujeitar-me a uma nova realidade que, apesar de não saber qual seria, com certeza não seria igual à que vivia na casa dos meus pais!
O tempo foi passando. Conquistei algumas coisas, para não dizer muitas :-) e, à medida que ia conhecendo a essência do ser humano, ou melhor, à medida que me ia conhecendo a mim mesmo, ia descobrindo a razão pela qual existem pessoas que sem esforço conseguem alcançar os seus objectivos e outros com o esforço de uma vida não chegam nem ao 1º nível de concretização!
O segredo estava na PERSPECTIVA!
Eu mesmo havia vivido isso na minha vida. Naquele momento em que a 'profecia' do meu pai se cumpria, eu poderia ter baixado os braços e dar-me por rendido, mas preferi olhar para esse momento como uma oportunidade para algo diferente!!
Percebi que o verdadeiro ganhador, vencedor ou aquele que consegue concretizar-se é na realidade um perdedor que perdeu muitas vezes, mas manteve-se conectado ao seu propósito original, levantando-se tantas as vezes quantas as necessárias para se aproximar do seu real objectivo.
E, mais ainda - já depois de alguma concretização alcançada, percebi que esse processo acontecia da mesma forma, com a diferença de que era a um nível diferente!
Então, para ti que estás na condição de quem continua a perder, apesar do esforço sobre-humano, o que achas que podes fazer para mudar este registo e o padrão que se repete continuamente na tua vida?
Eu diria que o ideal é antes de tudo PARAR!
Sim, parar! Assumir, de uma vez por todas que algo está a ser processado contra os teus objectivos e valores. E que, da mesma forma que se fazem acontecer de forma 'menos ideal', podem perfeitamente fazer-se acontecer de 'forma ideal', que te levem à concretização total de ti mesmo como pessoa.
O que me manteve na estrada da 'luta' e na constante motivação de que algum dia iria alcançar o meu 'lugar ao sol'?
A lembrança de que, tudo o que havia feito para trás só poderia estar certo e ter sido perfeito, pois melhor não saberia fazer. Como só existe um tempo em que se pode viver e ser, que é este AGORA onde nos encontramos, então só poderia melhorar/transformar/cultivar e criar novos padrões e acções agora - gastar este único tempo com desculpas, lamentações e depressões ou coisas negativas era estupidez!
Muitas vezes dei por mim a pensar que, se este ou aquele evento não se realizava, é porque na grande matriz existencial da alma, já se concretizou e por isso ESTÁ FEITO - DEVIA PASSAR À FRENTE!
Naturalmente esta atitude e forma de estar na vida foi alimentada por várias práticas que me sustentaram e continuam a sustentar - a meditação, o exercício físico diário, o amor-próprio, a teimosia positiva e evolutiva, a postura da crença de que tudo isto é um jogo e que eu, como JC apenas estou a representar um papel - porque a verdade que sou não é isto! E mais do que tudo - SABER QUE ESTOU A SER FIEL A MIM MESMO E O MELHOR QUE POSSO SER!
Tudo isso me ajuda de alguma forma a manter na estrada da concretização!
E tu perguntas - JC estás concretizado?
Sim! Conquistei uma condição que me permite ser, fazer e viver o que me faz sentir inteiro e conectado com o meu propósito principal - viver-me e viver a vida em PRESENÇA.
Então o que faz alguém que tem um acidente e perde um braço lamentar-se pelo braço que perdeu e entrar em depressão pela falta do braço e alguém que na mesma situação se sente grato por estar vivo e continuar a ter o outro braço?! O que promove essa atitude e perspectiva?
As crenças!
Sim, são as tuas crenças que estão na base da tua perspectiva.
E, pior ainda é que, até já sabias e sabes isso, mas o mecanismo continua 'emperrado' e como um 'disco riscado' só toca o mesmo!! O que quer dizer que, o que fizeste, se fizeste ou tentaste fazer algo para mudar ou 'curar' isso não foi suficiente!
PÁRA!!
Tu não és perfeito ou imune ao erro. A tua evolução acontece graças ao 'erro', que mais não é do que uma experiência, parte do trajecto que te leva ao objectivo.
PÁRA!
A diferença entre os perdedores e os ganhadores é a forma como lidam com as questões problemáticas. Observa isso. Como estás a lidar com os teus problemas? Aprende a olhar para os problemas como experiências e a repetir para ti mesmo na pior situação 'Isto é apenas uma experiência que me aproxima do meu objectivo?'
PÁRA!
De certeza que estás a fazer o que sabes ser essencial e importante para a criação de condições em seres o melhor de ti!!? Que rituais, hábitos novos criaste para mudar a realidade em que vives?
Quantos mais 'erros' e experiências terão de acontecer para assumires que precisas de uma 'mão' ou ajuda? Vais deixar afundar o teu sonho, cimentar mais uma vez uma raiz na crença de que continuarás a ser um perdedor? Tenta olhar para a tua situação numa outra perspectiva...
A maior causa do insucesso é a falta de humildade em reconhecer a própria fragilidade e, entregar-se humildemente à tarefa de aprendiz de si mesmo e da vida!
Garantidamente, depois de perceberes o mecanismo e de te alinhares harmoniosamente com o principio da criação, através do merecimento e da resolução das tuas crenças limitadoras, tudo será fluído e lembrar-te-às que afinal sempre pertenceste ao 'clube dos vencedores' - só não acreditavas nisso... só não vias essa perspectiva!!
Ajudou? Precisas de um treinador para a concretização?
Estou aqui!
Fala comigo! Toma decisões! Compromete-te com o sucesso!
Paz e amor,
Joaquim Caeiro
Coach & Professor de Meditação
960059885 - jcaeiro@live.com.pt
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