14 de maio de 2016

O teu copo está cheio ou está vazio?

Porque temos de abandonar a identidade?
Porque temos de desapegar-nos da história, do que nos convenceram que somos?
Porque temos de despertar?

Nos dias de hoje, derivado à explosão de ações associadas a terapias, à transformação, e meditação, o ser humano vive uma espécie de turbulência consciencial. Por um lado tem muito por onde escolher, por outro lado, a variedade de opções deixam-nos muitas vezes aquém do que realmente pretende para si mesmo.

A minha experiência e realidade - porque só partilho o que sou - e o que sou aprendi e desenvolvi experienciando na própria pele, não aprendi em cursos ou em livros - permite-me ver além do que se pode identificar como despertar. 
Ou seja, após o despertar, após encontrar a paz e o amor, no caminhar e mim mesmo durante cerca de 9 anos, desenvolvi ainda mais capacidade de ver um pouco mais além - e refiro-me ao mecanismo que se encontra nos meandros da existência - algo que só experienciando se consegue sentir e perceber.

O mais importante de tudo, para quem procura o verdadeiro despertar e a paz interior, é perceber a teoria do copo de água - se está cheio, nada lhe podemos acrescentar - portanto, precisamos esvaziar um pouco, para encher com o que é devido.

Muitas são as alternativas e métodos que surgiram nestes últimos tempos, no sentido de ajudar o ser humano a encontrar-se, mas o que acontece na maior parte das vezes é torna-lo, dependente de mais alguma coisa - ou seja, antes tinha uma crença e dependia dela para ser feliz, agora com a terapia, depende da terapia, do guru ou do terapeuta para alcançar a felicidade - vai tudo dar ao mesmo, o que muda é o cenário.
Portanto, é preciso compreender a importância do mecanismo associado ao registo da informação e ao trabalho a fazer! E sobretudo, é importante reconhecer a importância da verdade contida na suposta paz que se sente.

O verdadeiro despertar é estável, tranquilo e sereno - é algo que não se altera. Existem momentos de paz e de consciência desperta isolados que muitas vezes fazem com que o ego se acople e se auto convença que já 'chegou' - mas é meramente mais uma estratégia da mente para se acomodar.

Abandonar a identidade, é perceber que a história e o que sempre acreditámos que éramos, continuará sempre presente, no registo celular - não precisamos de 'carregar' essa informação e lembrança na memória de ação no agora.

Muitas terapias regressivas se fazem à conta da resolução de situações sobre o passado, mas tudo isso são mecanismos que, aparentemente resolvem o assunto, mas só estão a adiar o descanso na pessoa.

Precisamos despertar, ver com clareza, ausentes de influências de ego e estratégias da mente que manipulam, porque assim aprenderam a ser, caso contrário nunca chegaremos a saber o que é viver!

Até já

jcaeiro@live.com.pt

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